Encravado em uma das ruas mais bonitas de Belo Horizonte, o casarão que vai receber a CASACOR Minas deste ano começa a passar por restauros que irão valorizar e destacar ainda mais a sua vistosa arquitetura, hoje agredida e danificada pelo tempo e pela falta de manutenção.
Porém, por se tratar de um imóvel tombado, é imprescindível que as reformas respeitem sua história. Detalhes, acabamentos e construções originais, segundo diretrizes do IPHAN, não podem sofrer nenhum tipo de modificação. Por isso, reunimos nesse post, um resumo de tudo que está sendo feito para preservar as características originais do edifício.
1. Pisos das áreas externas e internas
Alguns pisos do edifício sofreram muitas alterações desde sua construção. Na parte externa do casarão, foram preservadas as formas originais da calçada portuguesa e das pedras que formam a escadaria principal. Já os pisos não originais da varanda de entrada, que podem ser modificados, serão trocados por réplicas de ladrilhos hidráulicos.
Os pisos internos, a grande maioria de madeira, passarão por processos de revitalização, que consistem em uma técnica inicial de raspagem da madeira, para remover o acúmulo de sujeiras e igualar a superfície, seguido de uma mão de verniz, aplicada com o objetivo de ressaltar a cor original do chão.
2. Paisagismo
A área externa da casa ganhará um novo jardim que levará em conta o estilo arquitetônico do imóvel, o clima de Belo Horizonte, a disponibilidade hídrica do casarão e as últimas tendências em paisagismo.
3. Vagões de madeira
Os vagões localizados na parte externa do edifício chamam bastante atenção de quem passa pela Rua Sapucaí. Eles fazem parte história ferroviária de Belo Horizonte, e, durante a mostra, serão expostos totalmente recuperados. Todas as suas características originais, tanto internas, quanto externas, serão mantidas. E sabe o que mais? Um deles será parte do ambiente assinado pela arquiteta Gislene Lopes.
4. Pichações
A paredes externas do imóvel e as locomotivas passaram por depredações ao longo dos anos. Todo tipo de vandalismo ali exposto será apagado por uma equipe capacitada e especializada neste tipo de remoção.
5. Banheiros
Para atender confortavelmente a todos os visitantes e também aqueles que visitarão o imóvel mesmo quando a CASACOR não estiver mais presente no casarão, algumas obrigatoriedades foram estabelecidas, entre elas a reforma integral dos banheiros. O projeto está sendo desenvolvido por Edwiges Leal e Eduardo Beggiato.
6. Pintura interna
Todos as paredes dos aproximadamente 3.250m² do casarão receberão novas cores seguindo as diretrizes de restauro. Algumas paredes não serão pintadas propositalmente, com o intuito de exibir as marcas do tempo para o público.
7. Escadaria de entrada
A escadaria principal que oferece acesso ao casarão possui piso em pedra natural da época da sua construção. As pedras serão polidas, para ficar com o mesmo aspecto de quando foram instaladas. Atualmente, o guarda-corpo com balaustre apresenta falhas e pedaços incompletos. Ele também será recuperado. A parte de cima do guarda-corpo que é de mármore, vai passar por um processo para recuperar sua tonalidade original; algumas partes que estão quebradas serão reconstruídas.
Para a CASACOR Minas é muito gratificante ocupar o imóvel realizando um evento que contribui para sua revitalização. É um desafio e uma grande responsabilidade, mas que ao longo de uma trajetória de 23 edições não inibe os organizadores: ao todo já foram realizadas 13 mostras em imóveis tombados. Para quem ainda não sabe, o edifício da Rua Sapucaí foi reconhecido como patrimônio cultural pelo município de Belo Horizonte, em 1996, e estadual, em 1988, como parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da praça da Estação.
E quem quiser conferir de perto cada uma dessas melhorias, se encantar com os detalhes arquitetônicos e se inspirar com mais de 40 ambientes decorados por arquitetos, designers de interiores e paisagistas, anote na agenda: a CASACOR Minas acontece de 12 de agosto a 17 de setembro. Nos vemos lá!