Exposição do fotógrafo Jomar Bragança em cartaz na Galeria Modernista, projetada por Fernanda Villefort, no Pátio Savassi para o Janelas CASACOR Minas, apresenta um olhar bem peculiar para os trabalhos de Oscar Niemeyer. As imagens que integram o acervo da exposição estão à venda e toda a renda obtida com a ação será revertida para a Casa de Acolhida Padre Eustáquio, a CAPE.
O que se pode esperar quando é anunciada uma exposição assinada por Jomar Bragança? No mínimo, a certeza de ser brindado pelas fotografias de um profissional com olhar refinadíssimo, focado na arquitetura. Em ambiente cuidadosamente projetado pela arquiteta Fernanda Villefort, onde as obras foram delicadamente suspensas por fios de aço de forma ritmada, tudo parece estar de acordo: concepção do espaço, o nome dado a ele, Galeria Modernista, e o tema do trabalho apresentado pelo fotógrafo, que perfaz um roteiro entre as obras modernistas edificadas em Belo Horizonte.
Ao vivo, é possível conferir nove imagens, a maior parte feita especialmente para a mostra e algumas do acervo do fotógrafo. No espaço assinado por Fernanda Villefort, elas ganham a nobre companhia de cadeiras assinadas por ícones do design modernista como Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Jean Gillon. A mostra estende-se ainda ao virtual, com outras obras em formato menor que poderão ser acessadas no site da CAPE – Casa De Acolhida Padre Eustáquio, www.cape-mg.org.br, onde será possível comprá-las e também para onde será destinada toda a renda comercializada com a venda das fotos, todas com tiragem limitada.
No projeto de Fernanda Villefort, com espaço fechado por panos de vidro e transformado em galeria de arte, há elementos que se conectam com sutileza. As obras suspensas são todas em grandes formatos, a maioria p&B, sendo a única em cor, a que está disposta no centro do ambiente. Para a arquiteta, uma forma de representar a essência da arquitetura modernista e a sensibilidade do olhar de Jomar Bragança.
O fechamento em tom de azul foi a forma que a arquiteta encontrou de representar o céu, cenário sempre perfeito para a emoldurar volumes arquitetônicos; uma alusão também às janelas, sejam elas as que se abrem em uma edificação, as que intuitivamente abrem nosso pensamento e nossas aspirações para o mundo, ou a que é inerente ao olhar do artista, frente à vida em constante movimento.
A esse enquadramento somam-se os ritmos alternados de trechos em cortinas esvoaçantes atrás das obras, que sensorialmente prolongam as curvas do Modernismo e ludicamente descortinam a paisagem. Um espaço conceitual, que homenageia a essência do movimento que buscava um novo olhar para o mundo e a quebra de paradigmas, tal e qual a realidade que nos é apresentada hoje.
Galeria Modernista abriga exposição de Jomar Bragança, no Janelas CASACOR Minas
Até 30 de novembro
Onde: Pátio Savassi – Av. do Contorno, 6061 – BH/MG
Visitação física: de segunda a sábado, de 11h às 21h
Entrada Franca