A maioria de nós talvez esteja acostumada a pensar em container como uma caixa de aço gigante usada para transportar mercadorias em grandes navios. O que não deixa de ser verdade. Mas graças a arquitetura sustentável, podemos nos acostumar com uma nova forma de utilizar essas estruturas. Reaproveitadas, elas podem ser transformadas em…. moradia, escritórios e até escolas! Na Inglaterra, na região portuária de Docklands, existe inclusive uma cidade, ou melhor, um aglomerado construído com 20 containers – sendo 15 para uso domiciliar – de diferentes tamanhos e formatos. Lançada em 2001, a Container City foi uma das pioneiras a apostar nesse tipo de construção e demorou apenas 5 meses para ficar pronta.
A Container City, na Inglaterra, lembra uma cidade feita de Legos, com sua construção modular colorida e de diferentes formatos | Foto: Fabian Ferrari
O uso do container para além da sua função original de transporte de carga não é necessariamente novidade. As peças já foram utilizadas como abrigos improvisados em alguns países vítimas de desastres naturais e em guerras. Aqui no Brasil, o conceito de casa-container ainda é visto com olhares curiosos. Mas isso está mudando. Em 2013, a arquiteta Cristina Menezes criou um ambiente 100% sustentável para a Casa Cor Minas usando container e recebeu cinco prêmios internacionais com o projeto.
A Pocket House da arquiteta Cristina Menezes seguiu a linha da arquitetura sustentável. A construção não gerou nenhum tipo resíduo | Foto: Jomar Bragança
Na edição deste ano da Casa Cor Minas, três projetos utilizarão o container como estrutura base. Um deles é oCasulo, criado pelos arquitetos Giulianno Camatta, Bernardo Horta, Guilherme Rocha e Pedro Mattos. O espaço funcionará como barbearia que poderá ser transformada em casa, mudando a disposição do mobiliário multifuncional. “Trabalhar com o container foi um desafio por conta do espaço reduzido. É interessante pensar nessas soluções como novas possibilidades de se aproveitar o espaço independente do projeto”, afirma Guilianno.
A chegada de um dos containers da Contloc na Casa Cor Minas 2015 | Foto: Pedro Furtado
O Loft do arquiteto Felipe Soares também vai ser criado em um container. O ambiente de 30 m² terá todas as funções de uma casa normal, com cozinha, sala, banheiro e quarto. “ A grande vantagem do container em relação a uma obra convencional é que demanda menos tempo, porque a estrutura já vem pronta, e dinheiro, já que não usa cimento, a mão de obra é menor e a lista de materiais usados também”, conta Felipe.
O custo da construção com o container sai a um terço do valor de uma obra normal, de acordo com a arquitetaJuliana Lima. Junto com Bruna Bonfante, ela será responsável pelo Escritório, que também será construído onde? Dentro de um container, é claro! O projeto vai aproveitar a mobilidade da estrutura para criar um office itinerante, muito útil para empresas que a cada hora trabalham em um lugar diferente.
O México também aderiu à novidade. O designer Gabriel Caram constuiu na cidade de Cholula um bairro com mais de 50 containers | Foto: Flickr
Como você pode perceber, são inúmeras as vantagens de usar o container. É rápido, barato e o melhor, ecologicamente amigável. Não gera entulho, não polui e ainda dá nova utilidade a estruturas que muitas vezes ficam abandonadas nos portos, já que a vida útil do container para o mercado náutico é de 8 anos, enquanto a validade real é de 100. Sem falar da estética criativa e moderna das estruturas.
A gente já quer uma casa-container, e você? Aqui em Belo Horizonte, a Contlog vende e faz a customização das estruturas incluindo o isolamento térmico necessário, acabamento e implantação do sistema hidráulico e hídrico.
Detalhes de um dos cômodos da maior casa feita de containers da Austrália | Foto: Divulgação
Se você é como São Tomé e ainda não está convencido de que é possível morar em um container – ou em vários – visite a Casa Cor Minas e veja com seus próprios olhos! De 30 de agosto a 06 de outubro na Alameda das Latânias, 30 na Pampulha.