Na correria rotineira, a simpática Vila 211 pode passar despercebida por quem circula pelo bairro Serra. Mas sua vitrine de vidro e a arquitetura única aguçam os olhares mais curiosos e são um verdadeiro convite para descobrir o lugar. Quem aceita entrar é surpreendido por um espaço que parece triplicar de tamanho, preenchendo um vazio na cidade que antes você nem sabia que existia. A loja combina um toque de exclusividade com o atendimento afetuoso feito pelos donos, se tornando um refúgio do caos urbano.

O casal Sandra Azevedo e Marcos Rennó idealizaram o espaço por muito tempo. Arquitetos por quase 30 anos, fizeram inúmeros projetos ao longo da carreira e queriam montar um negócio que fosse naturalmente diferente. E conseguiram. Na Vila, peças de decoração dividem espaço com roupas, móveis, objetos inusitados e de outros tempos, além de itens de papelaria. E nada no espaço é por acaso, o moderno e antigo convivem juntos desde o projeto arquitetônico até a curadoria dos produtos vendidos.

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A conversa com o Sandra e Rennó aconteceu na varanda da loja, um dos ambientes favoritos entre os clientes. Também pudera, a vista do jardim é encantadora. 

Projeto à quatro mãos

Um ano foi necessário para encontrarem o lugar certo: um lote atípico, com uma casa embaixo em um terreno com frente pequena. “Fizemos todo o projeto e descobrimos que o espaço havia sido uma vila”, lembra Sandra. Daí vem o nome, que junto às peças antigas – algumas parte do mostruário, outras a venda – ajudam a contar um pouco da história do bairro e também de BH.

Para abrigar a loja, um galpão suspenso foi construído na entrada do terreno, preservando a casa e o ar de vila na parte inferior. No projeto do galpão, as portas e janelas vieram de uma casa demolida no Espírito Santo, compradas há pelo menos 10 anos pelo casal. “Nossa intenção era ter o mínimo de química e de material na construção”, conta Rennó.

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A vila preservada fica logo embaixo da loja e é o charmoso estacionamento aberto aos compradores. Muitas plantas e o chão de pedras completam o espaço. 

As paredes e o piso não tem revestimento algum e a pintura foi feita através de minério de ferro misturado com argamassa. Além disso, telhas térmicas mantêm a temperatura agradável e evitam o uso de ar condicionado na loja. O vidro usado em uma das paredes laterais permite que muita luz natural entre durante o dia, eliminando a iluminação artificial.

O lado de dentro

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Para quem está de casamento marcado, a Vila 211 também oferece o serviço de listas de presentes. Difícil será se decidir entre as opções. 

“No fundo,  nós pretendíamos montar uma loja com objetos que a gente gosta. Desde uma caixa de fósforo em uma latinha indiana até um vaso ou mobiliário mais caro”, resume Sandra sobre a curadoria dos produtos vendidos. O trabalho para reunir tantas peças é um verdadeiro garimpo, que resulta em artigos diferentes do que se encontra em outras lojas dos segmentos de decoração e design.

“Buscamos um espaço que não fosse só para designers e arquitetos, mas que atingisse um público maior”. Feiras, viagens e tempo bem empregado garantem esse estoque variado e acessível. “Visitamos desde lojas mais sofisticadas até as mais populares e tentamos achar um caminho entre elas”.

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Fugindo da rusticidade típica dos móveis mineiros de outras épocas, as peças mais antigas a venda seguem uma linha suave e atual. 

Para o casal, vender e receber caminham juntos, por isso estão sempre na loja, acompanhando os clientes. Quem compra muita vezes aparece pela possibilidade de um passeio instigante entre os produtos. E acaba levando presentes: para si mesmos, para a casa ou para outras pessoas. “É o compartilhamento da sensação boa de presentear”, resume Rennó.

Ficou com vontade de conhecer a Vila 211? Clique aqui e encontre o endereço.

Fotos: Clarissa Lanari

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