Já falamos por aqui, que a CASACOR Minas 2017 acontece na extinta sede da Rede Ferrovia Federal AS (RFFSA), prédio de arquitetura eclética e importante testemunha da história da nossa cidade. E, mais uma vez, no intuito de dar espaço ao design gráfico na mostra, a CASACOR Minas se juntou à Greco Design, para propor ocupações em alguns halls do casarão da rua Sapucaí.
Para isso, quatro escritórios de design gráfico de Belo Horizonte foram convidados a fazer parte do projeto. O grupo formado por Márcia Larica, Hardy Design, Greco Design e Estúdio Lampejo fizeram uma livre interpretação de quatro importantes eixos: história, restauro, iconografia e usos futuros. Faça um passeio pelas quatro estações na CASACOR e tenha um bom trajeto 🙂
ESTAÇÃO 1: HISTÓRIA
por Márcia Larica
“Considerando as características arquitetônicas e a localização do espaço que ocuparemos e, ao mesmo tempo, o aparente paradoxo entre tema tão vasto e espaço tão exíguo, decidimos proporcionar ao público, nessa rápida passagem, uma experiência sensorial através de uma instalação. Nenhum dos elementos arquitetônico e decorativos do corredor será alterado ou restaurado. Ocuparemos o corredor respeitando os revestimentos existentes, como estão. Apenas o piso terá o mesmo revestimento utilizado no ambiente anterior. 28 relógios provenientes da RFFSA pertencentes ao acervo do IPHAN, serão fixados de forma a remeter a um “arquivamento do tempo”. Imagens em movimento, fragmento de texto e sons de relógios. Ao conjugar elementos carregados de autenticidade histórica sem, no entanto, se ater meramente ao seu valor documental, pretende-se envolver o visitante num convite a uma passagem pela história.”
ESTAÇÃO 2: RESTAURO
por Hardy Design
“Restaurar um patrimônio é construir novos significados. Dar nova vida ao que está sem uso, e, assim, construir importância para além do seu tempo. O casarão, parte do complexo arquitetônico da Praça da Estação, nos remete às origens de Belo Horizonte. Em relatos oficiais e literários, a presença dos trens e das estações nos arredores do Curral Del Rey é descrita como essencial para que a nova Capital fosse construída. Inspirados por essa associação, fomos em busca do acervo do IPHAN e encontramos esse deslumbre diante do progresso possível pelo transporte ferroviário, refletido também em capas, anúncios e matérias de revistas de 1968 a 1994. Com uma linguagem urbana, trazemos para nosso espaço recortes desse acervo em lambe-lambes iluminados com os holofotes que, antes eram utilizados nos jardins da casa. Apresentamos o design gráfico como um instrumento para refletir o espírito de seu tempo e, mais do que isso, transformar de significados. Sim, o trem é moderno, ainda hoje. A diferença é que hoje sabemos que o futuro da mobilidade não depende apenas dele. O futuro é intermodal e é compartilhado.”
ESTAÇÃO 3: ICONOGRAFIA
por Greco Design
“Iconografia a é a representação por meio de imagens. É aquele conjunto de elementos visuais que caracteriza uma obra, um artista ou um período. No nosso espaço, tentamos identificar alguns desses elementos, integrantes da história imagética da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), cujas origens remontam aos primeiros anos do séc. XX. O prédio é marcado pelas características da arquitetura eclética, gênero de origem burguesa que defendia a livre utilização dos estilos arquitetônicos disponíveis. Janelas, portas, colunas, grades, pisos e o trem foram testemunhas da história de ocupação da região central de Minas Gerais. Sob o nosso olhar, viraram pôsteres.”
ESTAÇÃO 4: USOS FUTUROS
por Estúdio Lampejo
“Pensar o futuro deste espaço é antes de tudo entender que este, como qualquer outro lugar, é um espaço de passagem. Por esses corredores caminharam outras pessoas, de outros tempos, com preocupações talvez muito distintas das nossas. Por isso nos interessou evidenciar este encontro, em que a sua trajetória se cruza com a história desta casa – destes tijolos, desta rua, desta cidade. Lançar luz sobre as paredes marcadas pelo tempo. Meditar sobre como todas as coisas contém a semente de sua própria transformação. As bandeiras configuram neste corredor uma espécie de portal em que a cada passo um novo verso se revela. Para ler todo o poema é preciso percorrer o trajeto de ida e volta. Tomamos emprestadas as palavras da poeta belo-horizontina Ana Martins Marques, um dos nomes mais celebrados da poesia brasileira contemporânea. Contamos também com o diálogo generoso e sensível dos arquitetos Fernanda Chagas e Gabriel Jota, que desenharam conosco esta intervenção.”
CASACOR Minas 2017
de 12 de agosto a 17 de setembro
de terça a sexta, das 15h às 22h
sábado, das 13h às 22h
domingo e feriado, das 13h às 19h
Rua Sapucaí, 383 | Floresta
Ingressos: R$ 50 (inteira) | R$ 25 (meia) | R$ 150 (passaporte) > compre online